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Bancos privados fecham agências na Bahia e deixam mais de 70 mil clientes prejudicados

26 de jun. de 2025

 


Imagine precisar sacar dinheiro ou resolver um problema presencialmente no banco — e, para isso, ter que percorrer quilômetros de distância até a agência mais próxima. Essa será a realidade enfrentada mais de 70 mil clientes do Itaú e do Bradesco, tanto na capital baiana quanto em cidades do interior do estado.

Considerados os maiores bancos privados do país, as duas instituições vêm reduzindo suas operações presenciais em diversas regiões. Em Salvador, ao menos três agências do Itaú serão fechadas. No interior, cidades que contam com apenas uma unidade do Bradesco também estão sendo afetadas com o encerramento dos serviços presenciais.


As multinacionais possuem operações em diversos países, incluindo Chile, Uruguai, Paraguai e Portugal, chegando até cidades como Hong Kong, Tóquio e Nova York. Apesar disso, o fechamento desordenado afeta mais de 70 mil clientes em diversas cidades da Bahia, muitos deles idosos. O BNews levantou informações sobre as principais agências fechadas. Confira:


Itaú 

Na capital baiana, o cenário do Itaú é alarmante para pensionistas e beneficiários do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), segundo informações obtidas pelo BNews, por meio do Sindicato de Bancários da Bahia (SBBA). As agências do Itaú dos bairros do Cabula, Brotas e Imbuí podem ter suas operações encerradas durante o fim do mês de junho e início de julho, sendo estas as únicas agências da instituição nos respectivos bairros. 

Se concretizado, o fechamento das sucursais irá aumentar o deslocamento de 72mil clientes, sendo 8 mil deles beneficiários do INSS, além de 61 funcionários que, apesar do banco atestar que ninguém será demitido, ainda não sabem para onde irão. 

No início deste ano, a unidade do Itaú em Pernambués fechou as portas. A próxima a ser fechada será a de Brotas, também conhecida como agência 2057, localizada no Shopping Brotas Center, na Avenida Dom João VI. Segundo o SBBA, o encerramento das atividades aconteceu na última quarta-feira (25). Os funcionários foram informados sobre o fechamento há cerca de um mês. Atualmente, a unidade atende 17 mil clientes, incluindo 3 mil aposentados do INSS, que serão direcionados para a agência da Pituba e Itaigara. Além disso, a agência emprega 18 funcionários que ainda não receberam instruções sobre sua realocação.

A próxima na lista de corte do Itaú é a agência 7360, localizada na Rua Silveira Martins, no bairro do Cabula. Hoje, a instituição atende uma média de 25 mil clientes, desses 3.7 mil são idosos e beneficiários do INSS. Com o fechamento previsto para o dia 9 de julho, os consumidores serão redirecionados para a sucursal do Shopping Max Center, no bairro Itaigara. A filial bancária emprega 24 funcionários, que também desconhecem os caminhos que irão seguir com o fechamento da franquia do Itaú.

Localizada na rua Codornas, no bairro Imbuí, a agência 3217 também está com os dias contados. Com uma cartela de 30 mil clientes, sendo 2 mil deles beneficiários do INSS, a previsão de fechamento da unidade é o dia 16 de julho. Os clientes serão direcionados para as franquias do bairro de Itapuã. Contudo, os 19 funcionários da agência — assim como as demais — desconhecem informações sobre o realocamento deles. 

Bradesco 

No interior do estado, a situação também é alarmante para os clientes do Bradesco. Mais de 20 agências foram fechadas em todo o estado. Destas, cinco municípios que contavam com apenas uma unidade e viram as atividades encerradas. Conforme dados consultados pelo BNews, as previsões indicam que mais duas agências estão na lista de fechamento para este ano. 

Em 2024, segundo aponta o Sindicato dos Bancários de Campo Grande MS e Região, a holding Bradesco — empresa de participações do Bradesco —  encerrou as operações de mais de 2 mil postos de trabalho. Apesar disso, a base de clientes cresceu em 3,2 milhões em relação a 2023, totalizando 109,1 milhões de usuários. 

O número de agências bancárias também sofreu uma significativa redução, com o fechamento de 390 filiais, 903 postos de atendimento e 92 unidades de negócios em um período de doze meses. No total, 2.305 agências de atendimento ao cliente foram afetadas, incluindo 728 postos e unidades de negócios. Na Bahia, 26 sucursais foram desativadas em cidades como Mucugê, Cairu, Mar Grande e Laje.

Além disso, os municípios de Olindina, Palmeiras, Rodelas e Ipacaetá, que contavam apenas com uma agência do banco, também tiveram suas atividades encerradas. Ainda no contexto de fechamento, as próximas filiais a serem desativadas serão as de Rio do Pires e Itagimirim.

Unidades do Bradesco que foram fechadas na Bahia: 

  • Antas 
  • Banzaê 
  • Sítio do Quinto 
  • Coronel João Sá 
  • Itaite 
  • São Felex do Coribe 
  • Javi 
  • Ibitiara 
  • Mucugê 
  • Abaira
  • Barra do Rocha 
  • Gongogi 
  • Nova Soure 
  • Itapicuru 
  • Botuporã 
  • Valente 
  • Barrocas 
  • Lamarão 
  • Boninal 
  • Cairu
  • Igrapiuna
  • Ibitiara
  • Wenserlau Guimarães 
  • Laje
  • Adustina
  • Novo Triunfo
  • Heliopólis
  • Mar Grande

Maiores prejudicados  

Com o fechamento de diversas agências, o sindicato destaca que essa ação demonstra uma “falta de responsabilidade social em relação aos bancários, que estão enfrentando a perda de empregos ou sendo forçados a trabalhar em condições extremas, e aos clientes, que são tratados apenas como instrumentos para impulsionar a lucratividade”, aponta Ronaldo Ornelas, diretor e coordenador do Bradesco.

Em entrevista ao BNews, Andréia Sabino, funcionária do Itaú e primeira presidente da Federação dos Bancários da Bahia e Sergipe (Feebbase), também refletiu a respeito do impacto do encerramento das atividades. 

“Nossa maior preocupação — mesmo avisando os clientes e os funcionários com antecedência —  é o fechamento de agências em bairros populosos. Perdemos no ano passado a agência Piedade, a agência Liberdade, e me parece que o banco não realiza um estudo, nem demonstra preocupação com as agências que deixaram de atender um número grande de clientes. O fechamento dessas agências reflete isso de uma forma mais preocupante e desenfreada”, pontua Andréia.