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Neymar se prejudica ao ser escravo de suas próprias paixões

26 de fev. de 2020

Ir a um jogo do PSG, em Paris, é um programa especial. Desci com meus filhos e minha esposa na estação Porte de Saint-Cloud. Na amplitude da Route de la Reine, história, modernidade e futebol se misturavam. As luzes de Paris podiam ser percebidas na atmosfera e no céu que começava a escurecer.
À direita, em meio ao barulho da autopista, canteiros ajardinados, uma confeitaria na praça e à arquitetura que mesclava o art nouveau e o art decó, o estádio Parc des Princes emergia como um monumento moderno, claro, recheado de vermelho, branco e azul, as cores básicas do clube.
Quase grudada ao estádio, uma ampla loja do clube, com ofertas de camisas, produtos licenciados, chuteiras, mostrando um lado do marketing avançado incrustrado naquela centenária construção.
Faltavam algumas horas para o jogo contra o Dijon. Andamos pela movimentada Route de la Reine e, entre as lojas e cafés, escolhemos um restaurante a alguns quarteirões, onde já sentavam um ou outro torcedor silencioso. No aconchegante local, atapetado e ao estilo de bistrô, dava para ver pelo vidro o movimento contínuo da cidade.
A chegada ao estádio prosseguiu em ritmo de contemplação.
Passamos pela arborizada Rue de Commandant Guilbaud (piloto celebrado por atravessar a África em 1926/27), com prédios residenciais e percebemos que o estádio é um respeitoso vizinho que não tira o ar residencial do bairro.
Entramos pela Rue Claude Farrère, que foi um famoso escritor de novelas e, já por aí, podemos ver que, como o futebol carrega a cultura de um país, na França ele está atrelado à literatura. O Parc des Princes tem sido um cenário perfeito e Neymar, um protagonista dos melhores para tal enredo.
Em diagonal ao gramado, acompanhamos com entusiasmo toda a movimentação pré-jogo. É um espetáculo à parte ver o aquecimento, a chamada empolgada do locutor, citando cada nome, para aplauso da torcida, bem ao estilo NBA. Mas havia ainda uma beleza maior no contraste entre o gramado verde, as luzes e a noite.
Aquele jogo foi um dos primeiros capítulos desta novela que se tornou a passagem de Neymar pelo PSG. Ele fez quatro gols na vitória por 8 a 0, mas foi vaiado por não ter deixado Cavani bater um pênalti. Estávamos lá e sentimos, estupefatos, como a França é rígida e contraditória com seus ídolos e como eles exigem do astro outros valores.