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BNews Mineração: Diretor do Ibram detalha realização de uma das mais importantes exposições da América Latina em Salvador

16 de jun. de 2025

 


Reconhecida como uma das maiores exposições de mineração da América Latina, a Exposibram contará com a presença das principais mineradoras de atuação global, além de grandes fornecedores de produtos e serviços do setor.

Durante a exposição, que será realizada de 27 a 30 de outubro em Salvador, no Centro de Convenções, serão apresentadas as mais recentes tendências em tecnologia, equipamentos, softwares e outros produtos relacionados à indústria mineral.

Também serão disponibilizados dados relevantes sobre investimentos e gestão, proporcionando uma visão abrangente do mercado. Para falar sobre o evento, que acontece na capital baiana pela terceira vez, a editoria BNews Mineração entrevistou Julio Nery, Diretor de Assuntos Minerários do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram).

Nery falou sobre o papel do Ibram, sobre a importância da Bahia para o mercado da mineração e, claro, deu detalhes da realização da Exposibram em Salvador.

Confira a entrevista abaixo:

BNews Mineração: Queria que você falasse um pouco sobre o papel do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram) e a realização da Exposibram em Salvador.

Julio Nery: A gente exerce um papel de defesa do setor, defesa dos interesses do setor. É um trabalho de extrema importância de divulgar do setor para população. Quando a gente faz a Exposibram, que esse ano será em Salvador, na Bahia, ela tem alguns objetivos. O primeiro é uma discussão das ideias apresentar em estado atual da mineração, das leis de mineração. Temos também a feira de equipamentos e serviços, onde a gente tem as principais empresas e o setor sendo representados em estandes com possibilidade de visitação. Isso é uma boa oportunidade para conhecer o mundo da mineração. A gente sabe que é importante porque é um setor pouco conhecido. Ela não tem o varejo, a mineração trabalha como insumo para a produção de outras indústrias. Somente no caso do material da mineração para a construção civil é que ela chega diretamente ao consumidor, mas nos outros casos ela passa por outros tipos de indústria. Então, a gente leva lá todos os equipamentos, expõe para a população mostrando quais os minerais estão envolvidos para fabricar esses produtos.

BNews Mineração: Quais são os principais desafios do setor da mineração na atualidade? A gente vive num momento que se discute muito a saúde da economia brasileira, mas em que pé está a situação da mineração no Brasil?

Julio Nery: A gente tem que dividir em duas partes: a parte que vai atender o mercado doméstico e a parte que vai atender a exportação, que tem apresentado crescimento nos últimos quatro anos, então, podemos dizer que o setor está bem em termos de economia. Claro, tem várias incertezas. A gente espera que não aconteçam coisas fortes ainda, mas tem incerteza aí derivadas desse tarifaço aí promovido pelo presidente Trump, né? Isso pode, sim, trazer alguma consequência, mas não é o que a gente espera para mineração, porque em termos de importação dos Estados Unidos, até que a gente importa bastante, mas em temos de exportação de minérios, isso aí é 2%, 3% do que o Brasil exporta para os outros países. Dentro do país a situação está boa, está estável, e é o que a gente espera que seja mantido para esse ano.

BNews Mineração: Dentro dessa perspectiva positiva no Brasil, como é que se coloca o Estado da Bahia?

Julio Nery: Hoje o estado da Bahia é o terceiro em termos de importância na produção mineral. A gente tem Minas Gerais como maior produtor mineral do Brasil, vem o estado do Pará e logo, em seguida, a Bahia, que tem um grande potencial em mineração. A gente tem aí o caso do minério de ferro, que é o principal produto da pauta de exportações. Tem no sul da Bahia uma grande província que pode ser produtora de minério de ferro. São cidades no sul da Bahia, como por exemplo, centrado na região de Caetité, onde tem o projeto. Tem uma cidade também que produz urânio, a gente tem que lembrar sempre isso. Mas ali você tem um grande projeto, talvez o maior projeto em implantação no Brasil, e a infraestrutura da FIOL, a ferrovia de integração Oeste-Leste. É um potencial muito bom naquela região para crescer a produção mineral do estado. Fora isso, hoje tem outros minerais importantes na Bahia. A Bahia produz ferrocromo, produz refratário de magnesita, a Bahia produz o vanádio, e tem o cobre lá no Vale do Jiquiriça, no norte do estado.

BNews Mineração: certo, agora vamos falar um pouco sobre meio ambiente. De que forma diminuir ou minimizar os impactos da atividade econômica da mineração no meio ambiente? A gente está perto da COP30, no Pará, e certamente a mineração terá uma atenção especial nesse sentido.

Julio Nery: A gente vai participar de diversos eventos relacionados à COP30. Existem diversos eventos preparatórios para a própria COP, a chamada Green Zone, onde as empresas podem expor seus projetos. E aí, a mineração tem um papel importante porque a COP desse ano vai se caracterizar por um estudo e uma projeção do que vai ser uma economia de baixo carbono, como pode fazer uma transição energética para uma economia de baixo carbono. E para isso precisa dos chamados minerais aqui ligados a essa ação energética, né? E aí, a gente pode citar diversos exemplos como o cobre, mineral fundamental em toda a parte elétrica e vai continuar sendo, vai continuar sendo o principal produto para a eletricidade. Esse material é bem representado na Bahia. Relacionando ao meio ambiente, aí vocês têm na Bahia uma ação muito boa, porque nós não temos registros de grandes incidentes ambientais relacionados à mineração. Tivemos, sim, em Minas Gerais, dois grandes desastres que a gente tem que lamentar e fazer de tudo e trabalhar pra que isso nunca mais aconteça. O Brasil teve uma grande evolução na legislação. A agência nacional de mineração fez um laboratório e revisou toda a Política Nacional de Segurança de Barragens, depois seguido pelas resoluções da agência e isso levou a um grande aumento na segurança das operações dessas estruturas. Existem outros potenciais de impacto ambiental na mineração, mas também existem as tecnologias que permitem controlar esses impactos. A mineração tem um grande trabalho de fazer com que esses impactos potenciais não se realizem. Dentro do Ibram nós tivemos diversos exemplos, nós fizemos recentemente o lançamento do livro de Boas Práticas, onde a gente apresenta diversos casos, mostrando atitudes no sentido de economia e de bom uso desse recurso. Tem um guia para fechamento de mina, onde a gente dá as diretrizes para que quando uma mina se esgota, como ela pode ser bem encerrada, sem impactos ambientais, ou com mínimos impactos ambientais. Um guia de eficiência energética, que também trata essa questão importante da energia, a exemplo de como que se pode utilizar melhor em casos reais nas empresas e boas práticas relacionadas a isso. Então o Ibram desenvolve esse trabalho de disseminar as boas práticas.

BNews Mineração: Qual a expectativa do Instituto para a realização da Exposibram em Salvador?

Julio Nery: Olha, a expectativa é muito grande. Primeiro por essa questão que eu falei, que a Bahia hoje tem um ambiente que aceita muito bem a atividade mineradora. Esse aspecto positivo para com o setor reconhece a importância dele para desenvolver a mineração regional. Há uma grande expectativa e temos que agradecer isso ao grande apoio por parte do governo do Bahia para a realização dessa exposição, um grande apoio por parte da Companhia Baiana de Pesquisa Mineral. E a gente espera, sim, que tenhamos um bom resultado esse ano. Nós já temos um recorde de estandes para a feira. A Exposibram é executada em um ano em Minas Gerais, no outro ano em outro estado. Nós voltamos à Bahia para fazer a Exposibram pela terceira vez, e como o estado vai muito bem na mineração, a nossa expectativa é que tenhamos uma excelente recepção do povo baiano.