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NA ESTREIA, FALTOU ALGO QUE O BRASIL SE ORGULHAVA DE TER: O TREINADOR

18 de jun. de 2018
Calma, calma, calma. Não queremos Dunga de volta e muito menos a saída do Tite. Este blog foi um dos maiores entusiastas do treinador. Mas, para tristeza de quem armou a festa no domingo à tarde, o maior vilão da tarde acabou sendo Adenor Bacchi, mundialmente conhecido como Tite.
Não dá para esquecer que ele é o principal personagem da classificação Brasileira à Copa. Pegou uma bagunça deixada por Dunga, uma CBF completamente desorganizada e conseguiu o improvável: venceu 6 jogos seguidos, garantindo a vaga com bastante antecedência e ainda terminou invicto, empatando apenas 2 jogos.
Com isso, Tite atingiu um nível de “divindade”. Suas decisões, mesmo as mais estranhas, pararam de ser questionadas. No meio futebolístico, o ex-jogador do São Paulo Diego Lugano, declarou que ele era um “encantador de serpentes”. A verdade é que a imprensa, em geral, pega bem leve com o treinador. Se, por exemplo, Dunga levasse Taison para a Copa, a reação de muitos seria completamente diferente.
Toda estreia é difícil, ninguém nega isso. E quem não acompanha o futebol Europeu poderia muito bem achar que a Suiça era um time fraco. Mas como Galvão Bueno cansou de nos alertar, não existe mais bobo no futebol. Principalmente a Suiça, que além de ser presença garantida nas últimas 3 edições, venceu o mundial sub-17 em 2009. Três titulares do time de hoje eram peças fundamentais naquele time: o ótimo lateral-esquerdo Ricardo Rodriguez, o meia Granit Xhaka e o centroavante Haris Seferovic.
Se a pressão da estreia é um fardo para alguns jogadores, quem parece ter sentido o maior peso foi justamente Tite. Quando foi preciso intervir e fazer as mudanças necessárias, ele errou. E errou feio. Tirou Casemiro, que vinha sendo o melhor jogador do Brasil, com medo do jogador do Real Madrid tomar o segundo amarelo. Por mais que a precaução seja algo compreensível, ele colocou seu segundo volante numa situação de perigo, de também tomar o amarelo e ele começar a segunda rodada com seus dois volantes pendurados. E com a Suiça retraída, dificilmente Casemiro estaria exposto a essa situação.
Mas as duas substituições seguintes foram ainda piores. Inadmissível colocar Renato Augusto, que vinha de contusão, sem participar de quase toda a preparação para a Copa (não esteve nem no banco nos dois amistosos), no lugar de Paulinho. Por mais que não fosse o dia do meia do Barcelona, é o elemento surpresa do time. Por diversas vezes durante as eliminatórias o próprio Tite não tirava Paulinho em partidas até piores que a de hoje e ele marcou gols importantes no final. Calou os críticos em manter um jogador apagado, como esteve hoje, mas que sempre foi importante nesse quesito. Para piorar, colocou o cara que, segundo ele, “estava voando no campeonato Chinês”. Uma pena que o nível da Copa do Mundo é um pouquinho melhor que a do poderoso Chinesão. Ali era o momento de colocar Douglas Costa no time, no lugar de Willian, que não jogou nada.
Mas já que o erro estava feito, nada poderia ser feito. Na hora de usar a terceira substituição, precisando vencer, por mais que Gabriel Jesus não estivesse no seu dia, não dá para tirar o artilheiro da era Tite. A substituição óbvia, mais uma vez, era tirar o inoperante Willian. Mas Tite resolveu trocar 6 por meia dúzia pela terceira vez no jogo. Trocou Jesus por Firmino. Não mudou o sistema, não buscou alternativas, não apresentou uma estratégia diferente que não fosse a de esperar que Neymar resolvesse.
Quem resolveu mesmo foi Phillipe Coutinho. Fez um gol que eu me acostumei a ver, de tanto que acompanho a Premier League. Quando ele prepara o chute, eu já estava comemorando. Impressionante como o camisa 11 da seleção acerta esses chutes com uma frequência absurda. É um dos 3 melhores “chutadores de fora da área” do planeta. O meia atacante revelado pelo Vasco, mesmo jogando fora da sua posição, foi o melhor jogador em campo, junto à Casemiro.
E não adianta reclamar do VAR. Particularmente, não achei falta. Com a câmera lenta, o lance parece faltoso. Achei que Miranda, um jogador extremamente experiente, foi muito “mole” no lance. Poderia ter ficado mais alerta, mais “dono da área”. Zagueiro tem que impor respeito nessas horas. Perdeu a concentração e deixou com que o atacante, de forma esperta, se livrasse dele, o que é algo normal. Para piorar, a bola foi cabeceada na pequena área. Erro absurdo de Alisson. Em qualquer escolinha de futebol, a primeira lição para os goleiros é que é inadmissível deixar o atacante cabecear ali. Lembrou o gol de empate da Holanda nas quartas de final da Copa de 1994, quando o atual treinador de goleiros da seleção, Taffarel, também deixou o Holandês Winter livre na pequena área. E para não ir tão longe, quem não lembra do gol de Sneijder, de 1,65m, também na pequena área, para eliminar a seleção? Os goleiros Brasileiros tem um histórico de tomar esse mesmo gol em Copas diferentes.Em defesa de Tite, cito o que Humberto Gessinger disse na canção Outras Frequências, “Seria mais fácil fazer como todo mundo faz/O milésimo gol sentado na mesa de um bar”. É muito mais fácil para mim criticar seus erros agora, depois de assistir o jogo na varanda da casa de um grande amigo, degustando um churrasquinho, sem imaginar a pressão que é estar ali, na beira do campo, sem acompanhar o dia a dia dos jogadores. Mas não se trata do que é mais fácil ou não. Hoje, Tite fez o mais difícil. Tirou a melhor peça (Casemiro) e depois colocou sua pior peça (Renato Augusto). E para piorar, ninguém na coletiva teve coragem de criticar suas substituições. Nem ao menos perguntaram porque o treinador abriu mão de colocar Douglas Costa, em fase espetacular, em campo. O encantador de serpentes conseguiu domar a voz crítica que, talvez, pudesse abrir os olhos do treinador. Isso é perigoso demais em uma competição tão curta como a Copa do Mundo.
Alisson: principal culpado pelo gol. Goleiro não pode tomar gol de cabeça dentro da pequena área. Nota 3
Danilo: ineficiente no ataque e na defesa. Nota 3
Miranda: fez uma boa partida e cochilou justamente no gol de empate. Nota 5
Thiago Silva: seguro e teve uma boa chance de fazer o seu. Nota 6
Marcelo: lutou bastante mas nada pode fazer. Nota 6
Casemiro: monstruoso na marcação, acabou levando o cartão no início do segundo tempo, sendo sacrificado pelo treinador. Nota 7
Paulinho: Perdeu um gol incrível no início do jogo que poderia ter mudado o rumo do jogo. Depois, desapareceu em campo. Nota 4
Phillipe Coutinho: movimentação, qualidade e um chute perfeito. O melhor em campo. Nota 8
Willian: fez uma das suas piores partidas pela seleção. Tirando um chute cruzado no início do jogo, não conseguiu produzir nada. Nota 3
Gabriel Jesus: na ingrata função de centroavante, num país em que se o cara não marca gols é execrado, o menino Jesus se movimentou muito e não contou com seus parceiros de ataque num bom dia para ajudá-lo. Nota 5
Neymar: aquele Neymar que os haters adoram: individualista e inefetivo. Mesmo assim, criou algumas chances de gol. Nota 5
Fernandinho: entrou após o gol da Suiça, quando o adversário estava mais preocupado em se defender. Não trabalhou muito na parte defensiva e nada fez na ofensiva. Nota 4
Renato Augusto: no futebol Chinês, nota 10. Pelo Brasil, Nota 3
Firmino: muito esforço sem recompensa. Nota 4
Tite: errou feio nas substituições e em não achar uma alternativa diferente para mudar o rumo da partida. Nota 3
Twitter: @tedsimoes