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Quase 20 mil empresas fecharam as portas na Bahia em 2017, mas número de novas supera

12 de jan. de 2018
Cerca de 20 mil empresas fecharam as portas no estado da Bahia em 2017. A constatação está em dados da Junta Comercial do Estado da Bahia (Juceb). No período, 18.343 firmas de segmentos variados encerraram as atividades.
O ranking é liderado pelo setor de comércio varejista (8.832). Em seguida, aparecem os setores de prestação de serviços (6.557), indústria de transformação (807), transportes (558), comércio atacadista (521), construção civil (458) e ensino (296). Os maiores índices foram registrados nos meses de agosto (1.831), dezembro (1.776), março (1.648), julho (1.593), e setembro (1.598).
Em 2016, o número foi menor, 16.812 empresas fecharam. Os seguimentos mais afetados foram prestação de serviços (5.954), comércio varejista (8.083), indústria de transformação (721), transportes (532) e comércio atacadista (523). Números elevados foram registrados nos meses de março (1.650), agosto (1.432), setembro (1.436), novembro (1.446) e dezembro. 
Já nos anos de 2014 e 2015, foram encerradas 8.288 e 10.595 empresas, respectivamente. 
Simplificação de normas para abertura e fechamento de empresas 
Ao BNews, o presidente da Juceb, Antonio Carlos Tramm, explica que o número expressivo é devido a desburocratização. “Para o órgão, representa que nós estamos trabalhando aceleradamente para resolver os problemas. Um processo de encerramento ou abertura levava 8 a 10 dias. Hoje, nós levamos 1,6 dias para fazer qualquer processo. Atualmente, mais de 80% dos projetos que entram na Junta são liberados no mesmo dia, também por causa da informatização. Passamos a ter, desde 2016, um incremento no número de fechamento por essa facilidade. Outra situação, ‘vou abrir uma quitanda, um salão’, aí abre uma empresa, e depois não tem experiência para manter aquilo. E chega essa providência que veio ajudar a limpar essa área”, explica.

O presidente da Juceb revela que o órgão está em processo para implantação da Junta Digital. “Você está em São Paulo, no Rio Grande do Sul, e quer abrir empresa na Bahia, aí você vai mandar seu contrato com assinatura digital e pronto”.
Todavia, ao site, Tramm também analisa que para economia, o alto índice de fechamento “não é positivo”. “É necessário criar mais empresas para ir absorvendo pessoas que saíram de outras. Na verdade, precisamos de um projeto de expansão da economia brasileira. É o que acontece na Bahia, nos parques eólicos, por exemplo, quando você instala na cidade, é gente trabalhando, terreno alugado, dono do terreno passando a ter renda”, exemplifica.
Apesar disso, Tramm chama atenção para o número de abertura de empresas. Segundo o presidente,  no ano passado, 23.906 foram abertas. Em 2015 e 2016, a Juceb registrou a abertura de 24.615 e 22.088 aberturas de empresas, respectivamente. “Em 2017, aumentamos a criação de empresas e superamos 2016. É um número pequeno, mas é uma boa superação. A Bahia vem tendo um incremento de aumento de empresas. Representa não apenas mais impostos, mas também emprego e renda. Principalmente, com empresas pequenas e médias. O pequeno e médio empresário é quem faz a economia girar”, detalha.
Número indica diminuição de postos de trabalho, segundo sindicato
Para a coordenadora do Sindicato dos Trabalhadores em Limpeza Pública do Estado da Bahia (Sindlimp-BA), Angélica Parras, o significativo número de empresas que encerraram suas atividades é reflexo do atual cenário político e econômico que o país enfrenta. “Isso representa a diminuição exacerbada de postos de trabalho e, por consequência, o aumento da demanda do seguro-desemprego, gerida pelo Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT). Além do desemprego, é notório o inadimplemento das parcelas salariais e rescisórias dos trabalhadores de categorias, como a nossa”, relata.

Ela acredita que a maioria dos terceirizados são os mais afetados pelo risco da atividade empresarial. “Os eventuais atrasos ou falta de pagamento das obrigações assumidas pelos contratantes, em sua maciça maioria o setor público, acabam sendo repassados aos trabalhadores. Se tudo isto já não fosse o bastante, no âmbito judicial o trabalhador ainda pode vir a sofrer com a exclusão do contratante no que se refere à sua responsabilidade subsidiária no processo judicial por conta do entendimento de parte dos magistrados de que o poder público não poderia se responsabilizar pela falta de pagamento dos trabalhadores terceirizados. É de fato uma realidade alarmante que foi sensivelmente agravada pelo reforma trabalhista e que se perpetuará com a iminente reforma da previdência”.