Foto: José Cruz / Agência Brasil
Com indícios de corrupção em negociações da empresa Furnas, a Polícia Civil cumpre 25 mandados de busca e apreensão no Rio de Janeiro e oito em São Paulo, na manhã desta quinta-feira (8). Desdobramento da Lava Jato, a operação investiga se houve corrupção no processo de compra das ações da Serra do Facão Participações, que ocorreu após mudança na legalização proposta pelo então deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Com seu mandato cassado, Cunha hoje está preso em Curitiba. Segundo informações do G1 RJ, a investigação é fruto de informações obtidas no termo de colaboração do ex-senador Delcídio do Amaral (PT-MS). Coordenada pela Delegacia Fazendária, a operação envolve 15 delegacias do Rio de Janeiro, uma em São Paulo e ainda o Laboratório de Tecnologia Contra Lavagem de dinheiro da Polícia Civil fluminense. De acordo com a publicação, a Polícia Civil afirma que, em 2007, Furnas possuía 49,9% das ações da Serra do Facão enquanto o restante era de propriedade do Fundo de Participações Oliver Trust Servicer e outras empresas. Porém , Furnas desistiu da preferência na compra da totalidade das ações em decorrência de um impedimento legal, já que empresas ligadas à Eletrobrás não poderiam ter participação majoritária em sociedades que tivessem concessão ou autorização de geração de energia. Assim, os 50,1% da Oliver e de outras empresas foram vendidas para a Companhia Serra da Carioca II por R$ 7 milhões. Meses depois, em fevereiro de 2008, por meio de uma Medida Provisória, Cunha conseguiu retirar o impedimento da Lei, o que possibilitou a adesão do lote por parte de Furnas por R$ 80 milhões. Conforme apontado pelos depoimentos de Delcídio, além de ter ligação direta com ex-funcionários de Furnas, Cunha era ligado a sócios da Carioca II e aos esquemas de corrupção e lavagem de dinheiro, que envolvem a construção da Hidrelétrica Serra do Facão.
