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Greve geral de servidores e dívidas levam Campo Formoso ao caos

9 de mar. de 2017

Conhecido como a terra das pedras preciosas no estado, que são signo de riqueza, o município de Campo Formoso, a aproximadamente 340 quilômetros de Salvador, atravessa momentos de caos com greve de cerca de dois mil servidores municipais, que não receberam o salário de dezembro de 2016, uma folha de R$ 4 milhões deixada pelo ex-gestor Eurico Soares do Nascimento, o Dr. Eurico (PSD) - diz a prefeitura. Ele também teria legado outras dívidas que, junto com a folha de servidores, somam mais de R$ 6,5 milhões. Na conta bancária, deixou somente R$ 1,4 milhão.
Escolas não iniciaram o ano letivo, na última segunda-feira, e servidores da saúde pararam desde ontem.
Não bastasse a folha de dezembro (janeiro e fevereiro foram pagos pela nova gestão), o município tem outros débitos que somam mais R$ 2,5 milhões com a Coelba, Embasa, Cooperativas e até fundo de previdência. Para se ter uma ideia, a Prefeitura deve R$ 1,2 milhão à Coelba por não pagar contas de energia desde 2015.
Má gestão
A gestão da prefeita Rose Menezes (PSD), que venceu o candidato de Eurico nas eleições, alega que a prefeitura está impedida de realizar os pagamentos dos salários porque o ex-prefeito não deixou dinheiro em caixa e ainda não apresentou os documentos de fechamento de contas de 2016. Além disso, é preciso aprovar, na Câmara de Vereadores, crédito suplementar para poder alterar o orçamento de 2017 e efetuar os pagamentos do exercício anterior.
Eurico teve dois prazos dados pelo TCM para apresentar documentação, o último deles, dia 28 de fevereiro, mas não cumpriu. "Trata-se de má gestão. De tudo o que ele deixou para pagar, só deixou nos cofres R$ 890 mil que veio do FPM (Fundo de Participação dos Municípios) e R$ 540 mil dos recursos da Educação. Ele tem que explicar o que fez com os R$ 15 milhões de repatriação", diz o secretário da Fazenda do município, José Marcondes Ozório.
Eurico também ajudou a engordar a dívida com o IPCF - Instituto de Previdência dos Servidores. A Prefeitura recolheu dos funcionários mas não transferiu para o IPCF, por gestões consecutivas, e Eurico manteve o calote. O rombo está em R$ 22 milhões.
Tranquilidade
Funcionários da prefeitura procuram por Eurico para requerer os documentos de 2016, mas encontrar o ex-prefeito não é tão fácil. Apesar de ser dono de negócios na sede do município, como o JBS Palace Hotel, de acordo com o funcionário do meio de hospedagem com o qual A TARDE falou, ele está "no interior".
Eurico tem fazenda na zona rural do município e não atendeu às sete chamadas de A TARDE para seu celular. Também não respondeu à mensagem do WhatsApp onde, na imagem que o identifica, aparece com trajes de lazer e um copo de caipirinha na mão, em local de natureza paradisíaca.
Proposta
A Prefeitura está sugerindo parcelar o pagamento dos funcionários. A presidente do Sindicato dos Servidores de Educação, Marilândia Alecrim, afirma que a prefeitura já recebeu R$ 20 milhões esse ano relativos ao FPM e repasse do ICMS e que a prefeitura tem de pagá-los, de uma só vez.
"A cidade está um caos porque, hoje, está parada e vai continuar assim até pagarem", diz. Os servidores da Educação respondem por 3/4 da folha (dos R$ 4 milhões, 3 milhões). Os salários podem chegar a R$ 6 mil, mas a média é de R$ 3,5 mil. "A folha de pessoal consome tudo e a cidade não tem dinheiro para investimento. Se eu pagar dezembro com esse dinheiro não tenho como pagar março", diz o secretário da Fazenda.