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Onda de protestos contra medidas restritivas no sul da Bahia marcam segunda-feira

2 de mar. de 2021

 


A tarde desta segunda-feira (1°) foi marcada por protestos contra as medidas restritivas decretadas pelo Estado para evitar a disseminação da Covid-19 no sul da Bahia. Os moradores das cidades do interior do estado alegam que o povo precisa trabalhar e, por isso, o 'lockdown' não é bem-vindo. 

Cerca de sete cidades tiveram protestos contra as medidas restritivas. Os manifestantes da cidade de Ubaitaba causaram congestionamento nos dois sentidos da BR-101. Já um grupo em Morro de São Paulo, distrito do município de Cairu, fez uma manifestação mais calma nas ruas e nas praias do local. Essas reivindicações causam aglomeração e ocorrem em meio a um avanço da Covid-19 no estado. 
 
A Prefeitura de Cairu, que tem acatado os decretos do governo do estado, informou ao Bnews que os protestos são democráticos e que a única coisa que eles podem fazer é acompanhar. “A reivindicação das pessoas é uma só: elas querem trabalhar”. 
 
Em todas as manifestações, a maior parte dos manifestantes usa máscara de proteção contra a Covid-19 e grita “queremos trabalhar” repetidas vezes.
 
“O prefeito Hildécio Meireles acha justo e democrático os protestos. No entanto, o município é obrigado a acatar as determinações do estado. Por enquanto não foi registrado nenhum incidente que exigisse a intervenção da prefeitura. Vale ressaltar que a Polícia Militar é o instrumento do estado para fazer cumprir as determinações contidas nos decretos”, afirmou. 
 
Um grupo também iniciou uma manifestação em um trecho da cidade de Gandu. Cerca de 50 manifestantes bloquearam uma via para chamar a atenção do poder público e reclamar das ações do governo. 
 
Também houve manifestação nas cidades de Valença, Itabuna, Ipiaú e Itacaré. Nos três últimos municípios, os grupos realizaram o ato em frente à sede da prefeitura pela mesma razão: pedir o fim das medidas de restrição e liberação do funcionamento do comércio.
 
De acordo com a Prefeitura de Valença, que só teve conhecimento do protesto, que começou às 16h e terminou por volta das 17h30, por meio das redes sociais, a maior indignação das pessoas não é com o governo local, eles querem chamar atenção do Governo do Estado para que não se prorrogue mais as medidas restritivas. 

O prefeito de Valença, Jairo (PP), realizou na manhã desta segunda uma reunião com a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), representantes do comércio da cidade. Ele ouviu as demandas, mas os convidou para informar que o município não poderia deixar de seguir as determinações do Governo do Estado. Assim, eles entraram em acordo para que as lojas pudessem funcionar somente em serviço delivery (entrega em domicílio). 

“A Prefeitura de Valença lamenta muito esteja ocorrendo essas aglomerações, mas é claro que também nos sensibilizamos com a angústia que os comerciantes, empresários e lojistas da cidade tem vivido. Mas, digo e repito, não é orientação do Executivo Municipal que neste momento sejam feitos movimentos que causem aglomerações”, explicou. 

O governador do estado, Rui Costa, e o prefeito de Salvador, Bruno Reis, decretaram, na quinta-feira (25), que a Bahia passaria por restrição das atividades não essenciais, da sexta-feira (26) até as 5h da segunda-feira (1°). No domingo (28), as medidas foram prorrogadas por mais 48 horas, até as 5h de quarta-feira (3). 

A Bahia tem 84% de ocupação dos leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI), de acordo com dados da Central Integrada de Comando e Controle da Saúde. Rui se emocionou nesta segunda-feira (1°) ao falar sobre as restrições e também questionou a população sobre o descumprimento das medidas implantadas para tentar impedir o avanço da Covid-19 no estado. 

“Não é fácil. É duro receber mensagens de pessoas que perguntam assim: ‘E o meu negócio? E a minha loja?’. O que é mais importante: 48 horas de uma loja funcionando, ou a vida humana?", questionou o governador.