A tarde desta segunda-feira (1°) foi marcada por protestos contra as medidas restritivas decretadas pelo Estado para evitar a disseminação da Covid-19 no sul da Bahia. Os moradores das cidades do interior do estado alegam que o povo precisa trabalhar e, por isso, o 'lockdown' não é bem-vindo.
O prefeito de Valença, Jairo (PP), realizou na manhã desta segunda uma reunião com a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), representantes do comércio da cidade. Ele ouviu as demandas, mas os convidou para informar que o município não poderia deixar de seguir as determinações do Governo do Estado. Assim, eles entraram em acordo para que as lojas pudessem funcionar somente em serviço delivery (entrega em domicílio).
“A Prefeitura de Valença lamenta muito esteja ocorrendo essas aglomerações, mas é claro que também nos sensibilizamos com a angústia que os comerciantes, empresários e lojistas da cidade tem vivido. Mas, digo e repito, não é orientação do Executivo Municipal que neste momento sejam feitos movimentos que causem aglomerações”, explicou.
O governador do estado, Rui Costa, e o prefeito de Salvador, Bruno Reis, decretaram, na quinta-feira (25), que a Bahia passaria por restrição das atividades não essenciais, da sexta-feira (26) até as 5h da segunda-feira (1°). No domingo (28), as medidas foram prorrogadas por mais 48 horas, até as 5h de quarta-feira (3).
A Bahia tem 84% de ocupação dos leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI), de acordo com dados da Central Integrada de Comando e Controle da Saúde. Rui se emocionou nesta segunda-feira (1°) ao falar sobre as restrições e também questionou a população sobre o descumprimento das medidas implantadas para tentar impedir o avanço da Covid-19 no estado.
“Não é fácil. É duro receber mensagens de pessoas que perguntam assim: ‘E o meu negócio? E a minha loja?’. O que é mais importante: 48 horas de uma loja funcionando, ou a vida humana?", questionou o governador.