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Bahia: Agonizando, Rio do Ouro clama por viver

22 de mar. de 2021


 Uma das maiores ingratidões de Jacobina, no norte da Bahia, principalmente dos seus governantes, em toda a história da civilização do município, é a falta de atenção com aquele que um dia foi imponente e responsável pela geração de energia elétrica, por fornecer água para consumo humano e alimento para inúmeras famílias através dos seus pescados, foi fonte de renda com a garimpagem ilegal, lavanderia comunitária e até mesmo lazer para a população. Hoje relegado, agoniza, esperando a tragédia mais que anunciada, a sua morte.

Trata-se do lendário e histórico RIO DO OURO, o rio que outrora era sinônimo de vida e de alegria, cantado em versos e prosas e o cartão postal mais charmoso e literalmente doce da cidade, mas que atualmente perdeu espaço para esgotos sanitários de residências construídas em suas margens e até mesmo para uma garagem e oficina pública construídas praticamente dentro do seu leito.

O curso de água natural que nasce no também abandonado Parque da Macaqueira é confundido com um canal de esgoto a céu aberto. Sem nenhuma atenção e conservação, o importante Rio do Ouro é vítima de um verdadeiro desastre ambiental. Um crime que vem acontecendo há anos sem nenhuma atuação das autoridades competentes, quiçá da mobilização da população que assiste calada e de camarote a sua destruição.

Como se estivesse pedindo socorro ou avisando do que pode ser capaz, nos últimos temporais as águas do até então 'tímido' Rio do Ouro desceram violentamente causando diversos prejuízos materiais, com invasão de residências, destruindo pontes e calçamentos  e arrastando veículos. A última barragem que ainda se mantinha em pé também foi levada pela correnteza depois de uma forte chuva.

A revitalização do Rio do Ouro se faz urgente pois a vida corre o risco de não mais se desenvolver em suas águas. A situação é preocupante e precisa que aconteçam discussões e projetos para sua recuperação. Serviço de capinagem e coletas de lixo que acontecem esporadicamente não resolvem o problema, é preciso um esforço coletivo para a despoluição.

Cada cidadão precisa fazer a sua parte, seja cobrando os cuidados e não colaborando com a poluição e o descaso, evitando usar o leito do rio para descartes de lixo.

O mais jacobinense de todos os rios e principal afluente do Rio Itapicuru Mirim merece respeito e cuidado. É inadmissível e chega ser vergonhoso o tratamento dispensado por todas  gestões públicas que tiveram no município com uma das suas maiores preciosidades.

Salve o Rio do Ouro! 

Por Gervásio Lima

Jornalista e historiador