Uma investigação no Grupo de Investigações Sensíveis da Polícia Federal na Bahia desvendeu um esquema multimilionário do tráfico ilícito de armas de fogo da Europa para a América do Sul. Segundo informalões da PF, uma empresa sediada em Assunção, no Paraguai, foi responsável pela importação de milhares de pistolas, fuzis e munições de vários fabricantes europeus sediados na Croácia, Turquia, República Tcheca e Eslovênia.
As investigações começaram na Delegacia da Polícia em Vitória da Conquista na Bahia, em 2020, quando dois homens foram presos em flagrante na posse de 23 pistolas de origem croata e dois fuzis com indícios de adulteração, além de munições e carregadores.
Segundo apuração da PF, as armas eram importadas da Europa para o Paraguai, onde eram raspadas e revendidas a grupos de intermediários que atuavam na fronteira do Brasil com Paraguai, para serem revendidas às principais facções criminosas do Brasil.
Desde o início das investigações, a empresa investigada importou cerca de 43.000 armas para o Paraguai movimentando em 3 anos cerca de R$ 1,2 bilhão. Neste período foram realizadas 67 apreensões que totalizam 659 armas apreendidas no território brasileiro, apreensões estas realizadas em 10 Estados da federação: Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Mato Grosso do Sul, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espírito Santo, Bahia e Ceará.
A operação foi realizada pela Polícia Federal no Estado da Bahia, em parceria com Ministério Público Federal e cooperação internacional com a Secretaria Nacional Antidrogas do Paraguai (SENAD/PY) com o Ministério Público do Paraguai. A ação contou ainda com a FICTA (Força-Tarefa Internacional de Combate ao Tráfico de Armas e Munições), que é composta pela HSI (Homeland Security Investigations), SENASP (Secretaria Nacional de Segurança Pública) sob Supervisão do Serviço de Repressão ao Tráfico de Armas da PF.