O homem preso pelo assassinato da estudante Beatriz Mota, de 7 anos, em uma escola particular de Petrolina, no Sertão, em 2015, foi autorizado pelo Judiciário a participar de reconhecimento de pessoas e reconstituição do crime. Segundo o Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), os procedimentos com a participação de Marcelo da Silva, 40, devem ser feitos até o sábado (12).
Exames de DNA comprovaram o envolvimento de Marcelo da Silva na morte da criança, que ocorreu em dezembro de 2015, durante uma festa no Colégio Nossa Senhora Auxiliadora. O material genético dele foi encontrado na faca usada para assassinar a garota.
A resolução do caso foi anunciada em janeiro deste ano. Marcelo já estava preso por outros crimes, segundo a polícia.
Marcelo da Silva chegou a confessar o crime, mas depois afirmou que seria inocente. O caso ficou marcado por divergências em informações repassadas por dois advogados diferentes.
Por meio de nota, o TJPE informou que o juiz Cícero Everaldo Ferreira Silva, da 4ª Vara Regional de Execução Penal de Petrolina, permitiu que o réu decida se vai participar da reprodução simulada, na condição de “pessoa suspeita/investigada”.
Para que ocorra a simulação, o juiz determinou que sejam adotados cuidados necessários quando se trata se casos sensíveis, como recolher o detendo em uma cela individual por um período mínimo necessário e possibilitar o contato do preso com o advogado.
Marcelo está no Presídio de Igarassu, no Grande Recife, e teria que ser levado para a unidade de Petrolina.
Para o transporte de Marcelo da Silva, o juiz pediu, ainda, que seja feita escolta por agentes penais e que, se ele alegar ou apresentar qualquer sinal de violência, seja submetido a uma perícia médica.
Também foi pedida a garantia da segurança das pessoas envolvidas no reconhecimento, que pode ser feito na delegacia ou em “outro local apropriado”.
De início, a advogada Niedja Mônica da Silva se apresentou como defensora de Marcelo da Silva e disse que ele tinha confessado o assassinato para “aliviar o coração da mãe da menina”.
Depois, o advogado Rafael Nunes apresentou uma carta em que, segundo ele, Marcelo se diz inocente e afirmou que ele teria “sido pressionado” para admitir a culpa.
Os dois advogados dizem ter sido constituídos por Marcelo da Silva como defensores no caso. Rafael Nunes diz que Niedja Mônica foi destituída, mas ela afirma que a entrada do colega no caso está sendo analisada pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) em Pernambuco.
Fonte: G1