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Gasolina a R$ 6 não é culpa da Petrobras, diz presidente em audiência

28 de jun. de 2021

 


A entrada de novos concorrentes no segmento de refino de petróleo no Brasil pode reduzir o preço do combustível para o consumidor. A afirmação é do presidente da Petrobras, general Joaquim Silva e Luna, durante uma audiência pública na Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público da Câmara dos Deputados, na última sexta-feira, 25.

No encontro, que discutiu temas como política de preços dos derivados e plano de desinvestimento da companhia, Luna afirmou que a gasolina sai a R$ 1,90 das refinarias da petrolífera brasileira, mas ao chegar na bomba, o preço embute outros valores, como tributos e lucros do revendedor. “A maior parte do preço é feita fora [da estatal]. A Petrobras não interfere nesse valor”, disse.

O deputado Rogério Correia (PT-MG), que solicitou a audiência pública, criticou os atuais preços dos combustíveis no país. “Hoje temos um preço da gasolina que já bate os seis reais. É um preço altíssimo em relação ao que a população estava acostumada”, afirmou.

Dentro do seu plano estratégico, a empresa decidiu focar nas áreas de exploração e produção de petróleo e nas refinarias de melhor logística. A Petrobras decidiu vender oito refinarias, entre outros ativos, para gerar caixa e diminuir a dívida, que encerrou o ano de 2020 em 75,5 bilhões de dólares.

Entre as unidades vendidas, a Refinaria Landulpho Alves, em São Francisco do Conde, negociada com o fundo de investimentos árabe Mubadala Capital por 1,65 bilhão de dólares.

“Como há várias empresas fazendo concorrência, entendemos que esse preço vai baixar”, disse Luna.

Em audiência realizada na Assembleia Legislativa da Bahia (Alba) na semana passada, o pesquisador do Instituto de Estudos Sociais e Políticos (IESP/UERJ), Ângelo Remédio, defendeu que as privatizações das refinarias vão gerar pequenos mercados privados regionais.

O deputado Paulo Ramos (PDT-RJ) criticou o plano de desinvestimento, que segundo ele compromete a soberania nacional. “Não é desinvestimento, é privatização, é desnacionalização, é entrega do patrimônio nacional, é crime de lesa-pátria”, afirmou.

Nesta segunda, 28, a Comissão de Integração Nacional, Desenvolvimento Regional e da Amazônia da Câmara promove audiência pública para discutir os impactos econômicos e sociais da privatização da Petrobras nas regiões Norte e Nordeste.