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No WhatsApp, delegado comenta entrevista e desqualifica vítima de estupro coletivo

30 de mai. de 2016
Em uma conversa através do aplicativo da mídia social WhatsApp, o delegado Alessandro Thiers, titular da Delegacia de Repressão a Crimes de Informática (DRCI) comentou sobre a entrevista da adolescente que foi estuprada por mais de 30 homens no Rio de Janeiro. A conversa foi obtida pelo jornal Extra.
Sobre a entrevista onde a jovem contou detalhes de como se sentiu após o estupro coletivo, o Delegado afirmou que ela parecia outra pessoa: “No ‘Fantástico’ era outra pessoa. Sabe que temos fortes indícios de que não existiu estupro”, disse o delegado nas mensagens.
No que diz respeito ao número de pessoas que a estupraram, o delegado aponta que ele é uma alusão a um funk: “Os 33 no vídeo foi alusão a um funk onde diz mais de 20 engravidou (sic), onde o autor do vídeo diz que engravidou mais de 30 em alusão ao funk para tirar onda de ‘comedor’”.
Na conversa, o delegado disse também que a vítima tinha envolvimento claro com pessoas ligadas ao tráfico, e que a própria mãe dela declarou que a filha a todo momento é aliciada e que bastaria saber atirar para trabalhar no tráfico. “Diversas pessoas, inclusive a própria adolescente, confirmaram que a mesma frequentava a comunidade da Barão, inclusive com contato direto e íntimo com traficantes da área”, falou o delegado.
Nas palavras dele, a advogada teria pedido pra ela parar de responder às perguntas quando ela foi questionada se conheceria pessoas ligadas ao tráfico local. Ele disse que a advogada alegou que “essas respostas poderiam incriminá-la, mas a intenção era tentar ver se ela reconhecia algum dos alegados ’33’ que estariam no quarto”.
Ao fim da conversa, Thiers chega a insinuar que a adolescente pode ter sido influenciada por Elisa Quadros, a Sininho – ativista acusada de envolvimento com uma série de protestos violentos ocorridos no Rio em 2014 -, uma vez que Eloisa defende outros ativistas. “Por fim, tem que ser melhor investigado a participação de Eloisa Samy e Sininho influenciando a adolescente a apresentar da versão de estupro coletivo na polícia”.