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Dinheiro vivo abastecia Aécio, afirmam delatores da Odebrecht

13 de abr. de 2017


Ex-executivos da empreiteira Odebrecht disseram em delação que valores pedidos pelo senador Aécio Neves (PSDB-MG) à empresa e não contabilizados oficialmente foram entregues em dinheiro vivo em concessionárias de máquinas e até em apartamento de assessor parlamentar. 
 
Os delatores também afirmaram que parte dos valores destinados ao PSDB foram transferidos a uma agência de publicidade de um marqueteiro de campanhas tucanas, que simulou a prestação de serviços para a Odebrecht. 
 
Segundo petição do Ministério Público, o ex-presidente da Odebrecht Infraestrutura Benedicto Barbosa da Silva Júnior, conhecido como BJ, disse que tinha "relação fluida com Aécio Neves, chegando a se encontrar semanalmente com ele". 
 
BJ e outro ex-executivo da Odebrecht, Sérgio Luiz Neves, afirmaram que em 2010 a construtora fez repasses não registrados oficialmente para atender a pedidos do tucano que somaram aproximadamente R$ 5,5 milhões. 
 
Aécio teria dito que o montante seria destinado à campanha ao governo de Minas do atual senador Antonio Anastasia (PSDB-MG). 
 
O valor foi dividido em oito parcelas que foram entregues em dinheiro vivo, a maior parte na concessionária Minas Máquinas localizada na avenida Raja Gabaglia, em Belo Horizonte, ao empresário Oswaldo Borges da Costa Filho, aliado de Aécio, de julho a setembro de 2010, segundo a delação. 
 
Já durante a campanha de 2014, Aécio pediu contribuições para campanha dele, de Anastasia, do então candidato tucano ao governo de Minas Pimenta da Veiga e do deputado federal Dimas Fabiano (PP-MG), segundo BJ. 
 
Foi acertado um repasse no valor de R$ 6 milhões. Desse total, R$ 500 mil destinados a Aécio foram entregues também a Costa Filho em uma concessionária de máquinas e caminhões situada na rodovia BR-381, de acordo com a colaboração premiada. 
 
Outros R$ 2,5 milhões em espécie, de forma parcelada, foram levados para um apartamento situado na rua Olegário Maciel, no bairro de Lourdes, em Belo Horizonte. 
 
A parte reservada ao deputado e aliados, R$ 3 milhões, teve como destino a casa de um assessor parlamentar de Dimas Fabiano chamado Anderson. A quantia foi entregue em apartamento situado na rua Assunção, no bairro Sion, também em BH. 
 
De acordo com as delações, também foram feitos repasses a tucanos por meio da agência de publicidade PVR Propaganda e Marketing, de Paulo Vasconcelos do Rosário Neto, marqueteiro que trabalhou para o PSDB. 
 
Segundo Neves, em 2009 foi acertada a transferência de R$ 1,8 milhão e a assinatura de um contrato fictício entre a agência de publicidade e a Odebrecht para viabilizar a operação. 
 
Em 2014, a construtora também transferiu R$ 3 milhões para a campanha presidencial de Aécio com a intermediação da agência. 
 
OUTRO LADO 
Aécio afirma que "considera importante o fim do sigilo sobre o conteúdo das delações e considera que assim será possível demonstrar a correção de sua conduta". 
O senador Anastasia diz que "nunca tratou de qualquer assunto ilícito". 
 
Dimas Fabiano nega ter mantido contato com executivos da Odebrecht e que tenha sido destinatário de recursos doados pela empresa. 
 
O publicitário Paulo Vasconcelos afirma que conduziu todas as campanhas eleitorais respeitando as leis. 
 
A reportagem não conseguiu fazer contato com defesa de Oswaldo Borges da Costa Filho na noite de quarta-feira (12).  Por Folhapress